Pela décima semana consecutiva, a mediana das expectativas de inflação para o ano aumentaram. De acordo com o Relatório Focus, ela passou de 10,04% para 10,33% e a tendência é a de que continue a crescer, em virtude de pressões exercidas por grupos importantes da cesta do IPCA, como Alimentos e Bebidas, Transportes e Habitação. O IPCA-15 de novembro, prévia da inflação para o mês, já chegou a 10,28% no acumulado em 12 meses. Para 2016, a situação se repete. As expectativas subiram de 6,5%, topo da banda de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para 6,64%. Paralelamente, as perspectivas de piora do quadro recessivo apenas se agravam. A mediana

A prévia de inflação de novembro, o IPCA-15, divulgado pelo IBGE, mostrou aceleração do ritmo de crescimento dos preços em relação a outubro, de 0,66% para 0,85%. No acumulado em 12 meses, a inflação atinge 10,28%, chegando pela primeira vez em 12 anos à marca de dois dígitos. O maior impacto sobre o índice no mês proveio do grupo Transportes, que variou 1,45% no mês. A contribuição para a variação do índice foi de 0,27 ponto percentual (p.p.), por conta, principalmente, do reajuste positivo do preço da gasolina que acontece desde outubro. O aumento desta rubrica debelou, inclusive, a forte deflação nos itens passagens aéreas

A taxa média de desemprego no Brasil subiu para 7,9% em outubro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada pelo IBGE. Esta é a maior taxa para meses de outubro em oito anos. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o aumento chegou a 3,2 pontos percentuais. A massa real de renda, que é uma função inversa do nível da taxa de desemprego, mostrou forte retração, de 10,4%, frente ao ano anterior. Além do desemprego, o alto nível da inflação, que chegou a 9,9% em outubro, tem sido fundamental para uma redução mais rápida do poder de compra dos trabalhadores.  

O nível de atividade da economia brasileira acelerou a queda em setembro, de acordo com o IBC-Br, indicador do Banco Central que funciona como proxy do PIB. A queda em relação ao mesmo período do ano anterior foi de 6,2%, maior, portanto, do que a variação negativa registrada em agosto nesta mesma base de comparação, de -4,5%. Em 12 meses, a queda já chega a 2,8%. O comportamento dos indicadores coincidentes e antecedentes da economia brasileira apontam para números ainda piores até o final de 2015. A projeção da MB Associados para a variação do PIB neste ano é de -3,0%.

O CPI dos Estados Unidos divulgado esta manhã subiu 0,2% na passagem entre setembro e outubro. O resultado veio em linha com previsão do mercado (0,2%). O núcleo do CPI, que desconsidera os preços de alimentos e energia avançou 0,2% em outubro. No acumulado em 12 meses o núcleo do CPI subiu 1,9% próximo à meta de inflação do Banco Central norte-americano (2,0%). O resultado observado em relação à inflação do consumidor, reforça a perspectiva de aumento da taxa de juros na próxima reunião do FOMC em 17 de dezembro.

Em setembro, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostrou retração de 4,8% no volume de serviços em relação ao mesmo período de 2014, tendo acelerado, portanto, na comparação com o mês anterior. Este foi o pior resultado registrado na série histórica. Quando analisada por grupos de atividades, a pesquisa revela queda mais expressiva na categoria Outros  Serviços, de 9,9%, nesta base de comparação. A categoria inclui atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação, serviços auxiliares financeiros e da agricultura, serviços de esgoto e coleta de resíduos.       

O Relatório Focus de mercado, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostra o nono aumento consecutivo da mediana das expectativas agregadas ligadas à inflação em 2015, de 9,99% para 10,04%. O mesmo acontece para as expectativas de inflação para 2016, que subiram de 6,47% para 6,5%, considerando uma taxa de câmbio média de R$/US$ 4,08 para o ano. No que tange ao crescimento do PIB em 2015, o mercado, pela primeira vez em 17 semanas, manteve inalterada a magnitude da recessão brasileira: a mediana das expectativas é de -3,1%. Para 2016, as perspectivas de crescimento do PIB já chegaram aos -2,0%.   

Foi divulgada hoje, pelo IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014. Segundo a pesquisa, a população desocupada aumentou 9,3% em 2014. Houve expansão em todas as regiões, com destaque para a região Sudeste (15,8%). Em contrapartida, a pesquisa trouxe informações positivas, como a queda na taxa de analfabetismo, de 8,5% em 2013 para 8,3% em 2014 e o aumento da média de anos de estudos da população, que subiu para 7,7 anos.

Em setembro, o comércio varejista registrou variação negativa de 0,5% em relação a agosto, na série com ajuste sazonal. No varejo ampliado, quando inclusas as vendas de veículos, motos e peças, além de materiais para construção, o encolhimento foi de 1,5% no período. No acumulado em 12 meses, as quedas chegam, respectivamente, a 2,1% e 6%. A difusão da queda no mês foi alta: mais de dois terços das atividades consideradas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, registraram quedas no volume de vendas em setembro. Os indicadores do mercado de trabalho, que mostram uma taxa de desemprego com tendência de alta, e de confiança do consumidor, que revelam

Em setembro, a Produção Industrial Mensal (PIM-PF) regional mostrou retração do volume produzido em 12 dos 14 estados analisados na pesquisa do IBGE. As principais quedas em relação ao mesmo período do ano anterior, na série sem ajuste sazonal, foram registradas em Rio Grande do Sul (-19,7%), Amazonas (-13,7%), São Paulo (-12,8%) e Ceará (-11,9%). A forte retração do nível de produção no setor automotivo, que sofre com altos níveis de estoque (52 dias, de acordo com a Anfavea) e baixa expectativa do empresariado quanto a uma recuperação da demanda nos próximos meses, impactou diretamente o desempenho da indústria paulista.    

    

COMPARTILHE

face link