O PIB do 1º trimestre de 2015 veio exatamente em linha com as projeções da MB Associados. Houve queda de 1,6% do produto em relação ao mesmo período de 2014 e retração de 0,2% em relação ao 4 trimestre de 2014. Pelo lado da oferta, houve queda de 3% do setor industrial, acompanhado de uma queda de 1,2% do setor de serviços. O único a registrar crescimento, e ainda de forma robusta, foi o agronegócio, com alta de 4% em relação ao 1º trimestre de 2015. A MB Associados projeta crescimento negativo do PIB em 2015, de -1,5%.

Dados de crédito de abril, divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central em sua Nota de Política Monetária e Crédito, mostraram avanço do nível de inadimplência da pessoa jurídica com recursos livres no mês, de 3,6% para 3,9%. A dinâmica de brusca queda da atividade produtiva, ocasionada por fatores econômicos e políticos,  estancou pagamentos  e colocou, rapidamente, muitas empresas à beira da recuperação judicial. Em relação às operações de pessoa física, o destaque recai sobre o aumento da taxa média de juros cobradas pelas instituições financeiras, que atingiu 56,1%, maior nível em quatro anos.

O resultado das contas externas brasileiras de abril, divulgadas nesta terça-feira pelo Banco Central, mostrou manutenção do déficit em Transações Correntes (saldo dos fluxos comerciais, de rendas, serviços e transferências unilaterais) em 4,5% do PIB nos últimos 12 meses. Em termos monetários, o déficit foi de US$ 100,2 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos (IED), que passaram, desde o mês anterior, a considerar empréstimos intercompanhia, chegaram a US$ 86,06 bilhões em 12 meses ou 85,5% dos recursos necessários em divisas estrangeiras para o financiamento do déficit em Transações Correntes. 

Pela sexta vez consecutiva, o mercado acredita em uma aceleração mais forte da inflação em 2015. A mediana das projeções, divulgadas pelo relatório Focus do Banco Central, aponta agora para uma variação de 8,37% do IPCA. Paralelamente, as projeções para a taxa básica de juros seguiram o mesmo caminho. O mercado estima que a taxa atinja 13,75% ao final do ano. Além desses indicadores, as estimativas para o PIB, em mais uma rodada de revisões, chegou a -1,24%

Após dois meses consecutivos de altas acima de 1%, o IPCA-15 voltou a acomodar em maio. A variação em relação a abril foi de 0,6%. No acumulado em 12 meses, a variação do índice permaneceu razoavelmente estável, em 8,24%, e, no acumulado do ano, já está distante do centro da meta para o ano (4,5% a.a.), em 5,23%.A razão mais evidente para a desaceleração do indicador é a queda do crescimento dos preços da energia elétrica residencial, que desacelerou de 13,02% em abril para 1,41% em maio. 

A taxa de desemprego nacional, divulgada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, chegou a 6,4% em abril. Este número é 1,5 ponto percentual maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de 4,9%.O rendimento real médio do trabalho nas seis regiões metropolitanas pesquisadas caiu 0,5% na comparação com março e 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 2.138,50. Regionalmente, a maior queda ocorreu em Salvador, de 5,5% em relação a abril de 2014. Não por acaso, também foi a região que registrou a maior taxa de desemprego, de 11,3%.

Depois de se tornar a empresa cujos papéis mais se valorizaram em 2015 até semana passada, a Petrobras se defrontou ontem com uma queda forte dos preços de suas ações. Algumas questões que explicam esse movimento e podem ter impactos sobre o preço do papel durante o ano são: os efeitos da cobrança de R$ 20 bilhões por parte do governo, fruto da cessão onerosa ocorrida em 2010; uso de artifício contábil pela empresa, responsável por elevação de R$ 1,3 bilhão em seu lucro no primeiro trimestre, dada a reavaliação da provisão do contrato de fornecimento de combustível à Eletrobrás, realizada em 7 de maio (37 dias depois do fim do prim

A receita nominal do setor de serviços cresceu 6,1% em março, na comparação com o mês imediatamente anterior, frente a alta de apenas 0,9% em fevereiro. O bom resultado no mês desacelerou a queda real do faturamento do setor de -3,6% para -3,2% em 12 meses. Todos os grandes grupos analisados pela pesquisa registraram crescimento real negativo no acumulado em 12 meses. A maior queda vem de Serviços de Informação e Comunicação, com -5,7%, e a menor, de serviços prestados à família, com -0,3%.

A Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, mostrou recuo de 0,6% da população ocupada na indústria em março frente ao mês imediatamente anterior. Na série com ajustes sazonais, esta é a terceira queda consecutiva. Todos os setores analisados pela pesquisa registraram encolhimento do número de ocupados na comparação interanual, principalmente máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, com queda de 12,1%, e meios de transporte, com queda de 10%. 

Com base nos dados da Funcex de valores exportados e importados em abril, podemos observar que o saldo comercial brasileiro em 12 meses é deficitário com importantes players internacionais, como China, Estados Unidos, Coreia do Sul, Índia e México. Por outro lado, os maiores destinos das nossas exportações apontam para a Venezuela e pequenos países, o que nos remete à conclusão de que nossos produtos são de baixo valor agregado (termos de troca desfavoráveis, portanto) e de que a relação comercial superavitária que o Brasil ainda possui com certos países é de muita fragilidade.

    

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